... AND THEN HE SEND ME A KISS

Pedro e Inês, naquela noite tinham combinado um jantar.

"Mas que dizes de convidar alguns amigos para virem connosco... era giro, não achas?" Concordaram os dois que seria uma óptima ideia, porque afinal iam quase sempre sozinhos jantar, talvez porque o relacionamento entre os dois era recente e a vontade de estarem só os dois ganhava quase sempre á vontade de partilharem esses momentos com os amigos.

"Combinado então, eu convido a Catarina e tu o Manel, eles não se conhecem, por isso até vai ser engraçado este "blind date" uma vez que estão os dois sozinhos!"

Combinaram tudo, e ás 9h ele estava á porta de casa dela para a ir buscar.
Ela desceu no elevador, ansiosa por estar com ele mais uma vez e quando abriu a porta do prédio já ele estava de sorriso aberto, dentro do carro á espera dela. Com ele estava o amigo, o tal Manel que iria fazer-lhes companhia no jantar. Ela entrou no carro e depois das apresentações, logo que o olhar dos dois se cruzou e se demoraram um no outro, o Pedro disse-lhe "Estás linda!"
Inês sorriu-lhe em gesto de agradecimento e arrancaram para ir buscar a Catarina.

Já no restaurante, arranjaram uma mesa fantástica com vista para o rio, onde se podiam ver todas aquelas luzes arrebatadoras espelhadas como que pequenos pontos mágicos... como aquela noite.

A mesa era redonda, sentaram-se frente a frente.

Enquanto era servida a refeição, a conversa desenrolava-se naturalmente e todos estavam rodeados de um ambiente muito agradável, descontraído, envoltos em risos e sorrisos e olhares cruzados que mostravam segredos que só eles conheciam e conseguiam descodificar.

A certa altura, o telemóvel de Inês toca com o sinal de mensagem.
Como estava em cima da mesa (bem como todos os outros) Pedro apercebeu-se e disse em tom de brincadeira "quem é que te requesita a esta hora? começo a ficar com ciumes" e termina com aquele sorriso maroto que tanto a encantava.
Inês lê a mensagem e o texto dizia "Adoro-te! Quero-te sempre... só pra mim!"
Como que por impulso olhou de imediato para Pedro que continuava com o sorriso maroto e os olhos a brilhar.

A mensagem era dele.

Os amigos de ambos continuavam a conversar animadamente, sem sequer se aperceberem do jogo que Pedro e Inês ali inciaram, com a troca de olhares cumplices e sms's cheias de desejo e convites tentadores.

Tudo naquela noite era magico.
Tudo combinava na perfeição.
Há muito tempo que Inês não se sentia assim: tão livre, tão amada, tão capaz e desejada.

Saíram do restaurante, muito animados. "Onde vamos agora?" Disse o Manel.
Acabaram por combinar irem tomar um café (o Manel e a Catarina) e o Pedro e a Inês disseram que estavam cansados, amanhã era dia de trabalho e tinham que se deitar, já era bastante tarde.
"Vou levar a Inês a casa dela e depois vou também descansar... Manel tens as chaves de casa, tás á vontade tá? Divirtam-se!"


...


Entraram naquele quarto já quase despidos e cheios de vontade um do outro.
"Sabes que quando te vi, apeteceu-me imediatamente mandar tudo ás urtigas e estar só contigo Inês, neste quarto, só contigo?"

Aquele encontro tinha sido perfeito.
Um encontro de almas, que andaram uma vida á procura uma da outra e que se perderam para depois se voltarem a encontrar.

E quando amanheceu, viram o sol nascer no céu e toda a gente no trabalho reparou na olheiras e sorriso de felicidade.