ONTEM

Depois de tudo o que aconteceu, fui-me deitar já tarde entre as minhas duas pequenas, e apenas aquele momento me conseguiu acalmar o coração e a alma que estavam em farrapos.

É urgente ter a minha vida de volta.
É urgente ver felicidade á minha volta.
É urgente parar de ter medo.

Não tenho forças para fazer tudo isso, preciso das minhas "moletas"... preciso delas porque toda a vida me convenci que elas eram necessárias e que não poderia deixar de viver sem elas... sou fraca sem elas... não sou livre, nem dona de mim mesma.

A crise de pânico que tive ontem, e as que venho tendo nestes ultimos tempos (novamente) deixam a minha cabeça inerte, e o meu corpo cansado... ás vezes sinto que não vou aguentar mais, e cada vez o alento é menor...

Já não aguento que me digam "isso não é nada, vai passar..." já não aguento ouvir isso... a unica força que tenho é abanar a cabeça em sinal de concordancia forçada e dizer "... pois... vai passar..."

Quero a minha vida de volta.
Não quero anti-depressivos que me mexem com os neuronios e ora me fazem rir e outras chorar.
Não quero, recuso-me, estou nesse direito.
Quero ser eu.
Quero ganhar forças dentro de mim... tenho que as encontrar.
Quero ter paciencia e esperar por um dia após o outro e após o outro...

Quero deixar de sentir que vou ter medo... e que me vou sentir mal para cada sitio que vá...

Quero ser como todas as outras pessoas que vejo a sorrir numa esplanada, que correm felizes num dia de sol pela praia... quero ser livre, libertar-me destas sensações que me fazem prisioneira de mim mesma.

Quero ter uma mão que segura na minha e que me diga "se tu caires, eu estou aqui e levanto-te"

Estou cansada que me chamem criança... "deixa-te de palhaçadas!"...

Eu não sou palhaça.
Eu não escolhi isto... n escolhi estar assim e sofrer todos os dias como tenho sofrido.

Quero a minha vida de volta...
É urgente a minha vida...